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Espaços que CHOCAM

18 Junho 2011

Finalmente na quinta loquei “O Discurso do Rei“. Não tava esperando muito, então talvez por isso me surpreendi bastante, adorei o filme! [trailer aqui] Logo que terminei de ver fui buscar no youtube o verdadeiro discurso [link aqui].

Enfim, no fim do filme o rei faz o tal discurso devido ao início da Segunda Guerra Mundial, dizendo à nação que eles estariam em guerra contra a Alemanha.

GUERRA. Coisa mais irracional! Em troca de que? Mortes? Traumas? Perdas? Poder? … Vai entender. Sei que sempre paro pra pensar um pouco no tema depois que vejo um filme que fale sobre isso. E dessa vez vou aproveitar isso pra mostrar aqui alguns lugares que visitei (todos na Alemanha – onde parece que o corte foi mais profundo) que remetem ao período de guerras e que, de alguma maneira, me chocaram.

* Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche

Antes mesmo de você tentar pronunciar, já te digo que é uma igreja-memorial, construída em homenagem ao Kaiser Wilhelm I. Ela foi bombardeada na II Guerra e quase completamente destruída. O que sobrou foi a torre da foto abaixo. Em casos como esse, de destruição, muitas vezes opta-se por reconstruir tudo de novo ou destruir de uma vez. Mas neste caso, foi deixada a estrutura que resistiu de pé e construída uma nova igreja ao lado, completando o complexo de memorial. CHOQUE: uma igreja destruída no meio da cidade, relembrando os dolorosos tempos de guerra.

* Holocaust-Turm 

A Torre do Holocauto fica no Museu Judeu de Berlim. Faz parte da nova parte, projetada por Daniel Libeskind (*.*) – a foto aérea é do site do museu.

Essa torre possui uma instalação do artista Menashe Kadishman, chamada “Shalechet” (ou “fallen leaves”, “folhas caídas”).  São 10 mil placas de ferro em formato de faces de boca aberta, que representam os judeus mortos na Europa. CHOQUE: caminhando sobre as faces, o barulho do ferro no silêncio da torre te permite refletir sobre os acontecimentos.

Foto: Mauricio Reck

Achei um video na internet que retrata bem a sensação. São 45 segundos, vale a pena:

 

* Holocaust-Mahnmal

Obra de Peter Eisenman, o Memorial do Holocausto é uma área de cerca de 19.000m², com 2.711 blocos de concreto, em diferentes alturas e níveis. Quando fiz o free tour (uma ótima pedida por sinal), o guia explicou que esse memorial permite diversas interpretações: desde túmulos a blocos de famílias estagnadas, sem poder de decisão sobre suas próprias vidas.  A “praça” permite de tudo. Sentar num dos blocos baixos e conversar com os amigos, fazer guerra de bola de neve se escondendo por entre os blocos e, com certeza, se perder propositalmente na área pra captar a mensagem do memorial. CHOQUE: uma área imensa, nobre em Berlim, imóvel, mas que possibilita tantas ações e reflexões.

[abaixo: http://www.arqred.mx/%5D”%5D* Campo de concentração Sachsenhausen

Esse é até difícil me arriscar a comentar. Foi o único campo de concentração que visitei e sem dúvidas me chocou muuito. Ele era voltado a trabalhos forçados e não à execução. Segundo a guia, o que era ainda pior por provocar uma espécie de “morte lenta”, com muito sofrimento, fome, doenças, frio, dor. Lá não haviam só judeus, na verdade estes nem eram identificados como tais; para mascarar a situação os nazistas os esquadravam como qualquer outro tipo de prisioneiro: opositores políticos, ciganos, homossexuais, testemunhas de jeová, criminosos, etc. Juntavam esse povo completamente diferente juntos, até para gerar conflitos e mortes.

Entrada de Sachsenhausen quanto ativo. fonte: http://thy-weapon-of-war.blogspot.com/

Entrada hoje

É um lugar bem pesado, me faltaria espaço aqui pra falar tudo o que ouvi, vi e senti lá. Mas quem tem a oportunidade de visitar a Alemanha, é um passeio imprescindível. CHOQUE: tudo.

"Arbeit Macht Frei" = "o trabalho liberta" (???). Fotos: Lis

E você, quais os espaços que mais te chocaram??

6 comentários leave one →
  1. 18 Junho 2011 14:10

    Parabéns anjinho.. mandou mto bem.. os lugares são realmente bem tensos!

  2. Iomara permalink
    18 Junho 2011 15:59

    Liz não visitei os lugares , mas ao ler e ouvir os sons aqui senti arrepios no corpo todo, imagino como é estar lá. Mas creio que não tenho coragem para tanto. Mas quando olhamos para o passado compreendemos melhor o nosso presente e nos preparamos para o que ainda vamos viver.

    • Lis permalink
      18 Junho 2011 16:33

      Oi Iomara! Obrigada pela visita :) Pois é, são coisas bem fortes mesmo, mas que valem bastante a pena pra darmos cada vez mais valor à vida e, principalmente, ao bom senso! Volte sempre que quiser! Um beijão

  3. 18 Junho 2011 16:31

    aqui em Munique sao poucas as lembrancas da guerra. pela cidade os memoriais sao imperceptiveis, so da pra saber se alguem te contar, entao dificil se chocar. mas dachau, o campo de concentracao aqui ao lado eh horrivel. la foram presos mais de 200 mil pessoas, morrendo mais de 40mil. embora nao existam mais as barracas originais, a camara de gas, os fornos, ainda estao todos la.

  4. Bruno Nagalli permalink
    18 Junho 2011 17:04

    Curti a matéria.. boa idéia, arranjo… cuidado pra sempre colocaar referencias nas fotos…

  5. 29 Junho 2011 20:44

    liiiis, esqueci de falar no outro dia, mas tava lendo aqui e pensando nas dicas de berlim e me planejando blábláblá e lembrei MUITO de um livro que li nas férias antes de vir pra cá que talvez vocês vá gostar x) o nome do livro é “A queda dos gigantes” do Ken Follet, não sei se já leu, ou se ouviu alguma coisa a respeito, mas é basicamente uma trilogia sobre o século XX com enfoque em todas as guerras. Esse é o primeiro volume os outros 2 vão demorar um pouquinho pra sair, maaaaas vale muito a pena (eu devorei as quase mil páginas em menos que uma semana), é um romance histórico assim, mas é legal! tá, sou péssima pra fazer sinopses então:
    aqui o link do livro na livraria cultura, com a sinopse oficial bonitinha: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?sid=95220318913629741263043025&nitem=22280106

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